domingo, 14 de novembro de 2010

Lars Von Trier

O cineasta dinamarquês é um escultor de imagens. Em 1995, apresentou suas ferramentas de entalhe ao assinar, em conjunto com outros cineastas, o manifesto Dogma 95.
As dez regras de trabalho foram cumpridas a rigor em "Os Idiotas" e negadas em todos os filmes subsequentes. Lars cria sulcos, aprofunda os cortes ao exercitar cada um dos itens que havia proposto como interditados. Dançando no Escuro tem a música como objeto imanente. Em Dogville, filtros e luzes artificiais criam uma película sobre a crueza da narração. O diretor, em o Anticristo, abusa das referências, do deslocamento geográfico, temporal e narrativo. Mas é o desafiador As Cinco Obstruções que incita à ruptura da linguagem cinematográfica. O trabalho de Lars Von Trier é de entalhe minucioso, cuja proposta é por em xeque suas próprias convicções.

Fábia Nogueira de Paula

sábado, 30 de janeiro de 2010

Tony Gatlif

Cineasta argelino de origem cigana e árabe propõe deslocamentos e buscas. Seus filmes trazem imagens de enraizamento, devires e desistências. Raízes avançam por estradas recorrentes e propõem múltiplas alternativas. Em Exílios, a música nos leva ao abandono, ao violino calado dentro do muro e ao encontro com o transe coletivo, à descoberta de feridas e à ausência de palavras.

Fábia Nogueira de Paula

Exílios

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ousmane Sembene

Ousmane Sembene

Ousmane Sembene, diretor de cinema e escritor senegalês, foi uma das figuras de maior destaque na literatura e no cinema africanos. Teve muitos empregos, trabalhou como pescador, pedreiro e encanador e formou-se, como ele gostava de dizer, na universidade da vida. Foi ativista sindical nas docas de Marselha e integrante do Partido Comunista Francês. Foi um grande contador de histórias e com sua linguagem simples e envolvente teceu críticas contundentes ao capitalismo. Realizou mais de 14 filmes, entre eles estão Moolaade (2004),Ceddo (1977),Xala (1975).

Fábia Nogueira de Paula