domingo, 14 de novembro de 2010

Lars Von Trier

O cineasta dinamarquês é um escultor de imagens. Em 1995, apresentou suas ferramentas de entalhe ao assinar, em conjunto com outros cineastas, o manifesto Dogma 95.
As dez regras de trabalho foram cumpridas a rigor em "Os Idiotas" e negadas em todos os filmes subsequentes. Lars cria sulcos, aprofunda os cortes ao exercitar cada um dos itens que havia proposto como interditados. Dançando no Escuro tem a música como objeto imanente. Em Dogville, filtros e luzes artificiais criam uma película sobre a crueza da narração. O diretor, em o Anticristo, abusa das referências, do deslocamento geográfico, temporal e narrativo. Mas é o desafiador As Cinco Obstruções que incita à ruptura da linguagem cinematográfica. O trabalho de Lars Von Trier é de entalhe minucioso, cuja proposta é por em xeque suas próprias convicções.

Fábia Nogueira de Paula